A poética nos percursos do corpo em relação com a natureza
- Ana Barbara

- 29 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Para onde a curiosidade das crianças nos leva?

A escuta atenta da criança em suas cem linguagens e oferta de propostas com diferentes materiais foram nos guiando para traçar os percursos do grupo.
É notável como sentir as coisas com todo o corpo é a principal fonte de apreensão e compreensão do mundo.
Observar as investigações, o encantamento e as descobertas foram nossa responsabilidade maior.
Trazer a horta como tema, mas não só plantar sementes e mudas, regar, colher, observar e degustar.
Vamos tornar uma temática poética, pensar no ciclo da natureza que está em constante reciclagem e recriação.
Vamos unir essa poética ás culturas da infância e a forma como as crianças aprendem e se relacionam com o mundo.
...surge o projeto PERCURSOS DO CORPO EM RELAÇÃO COM A NATUREZA.

Tocar e sentir a terra entre os dedos. Das mãos e dos pés também. Às vezes, não queremos usar as mãos... O movimento com a terra foi constante. Encher e esvaziar potinhos. Faz muito sentido quando você tem dois anos. Diferentes espaços e materiais.

Recolher folhas, pedras, terra, gravetos e sementes. Começamos o ano assim. Com algumas pesquisas. E fomos brincando diariamente junto a outros elementos da natureza, como pinha, cabaça, folhas secas, anis estrelado, canela em pau e argila.

ARGILA! A argila fez parte do nosso cotidiano desde maio! Argila toda semana! Primeiro no chão e dentro de potinhos. Depois com alguns gravetos e colheres... Começamos a colocar a argila em cima das caixas de brinquedos e na cadeira da professora. Queremos uma mesa para apoiar a argila. Pronto!
A bandeja fica em cima da mesa para cada criança escolher como criar coisas bem legais com a argila. Surgem produções efêmeras. As crianças criam, desmontam, recriam, desmontam... O processo de criação é maravilhoso!

Começam a surgir produções mais concretas, vamos trabalhando mais tempo na mesma escultura e não desmontamos tudo.

Não é que brincar com esses carretéis coloridos, fazer construções mágicas reverberou tão bem nas esculturas com argila?! A gente aprende assim, em contato com tanta coisa diferente!

E as tintas naturais!? Não é que cor tem cheiro e tem gosto?! Vermelho tem gosto de açaí! Mas também tem cheiro de hibisco. Laranja tem cheiro de cenoura. E verde tem gosto de brócolis.

Ah, e aquelas luzes coloridas... Vamos colorindo o teto, o espelho, os colegas... Mas essa cor se mexe e não fica marcada na pele.

Quantas experiências cabem no berçário II?

* Texto escrito para a exposição do projeto do berçário II B "Percursos do corpo em relação com a natureza" na Mostra Cultural de 2018. As fotos são das experiências vividas pelas crianças durante o ano






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